Aspas e itálico: quando usar?

As aspas e o itálico têm funções diferentes. A primeira é um sinal de pontuação e a segunda é uma componente do texto escrito. Mas quando devemos pôr uma parte do texto entre aspas? E quando devemos pôr palavras, expressões ou partes de frase em itálico? É isso que te explico neste artigo.  

Aspas

As aspas são utilizadas no princípio e no fim de frases, expressões ou palavras. Podem ser usadas para citar aquilo que alguém disse ou escreveu, para assinalar algo que tem um significado especial e à qual se quer dar algum destaque, para marcar alguma definição ou para indicar títulos de artigos, contos, poemas, entre outros

Existem três tipos de aspas: angulares (« »), anglo-saxónicas (“ ”) e plicas (‘ ’). A hierarquia segue a ordem pela qual as apresento, ou seja, primeiro devemos usar as angulares, depois as anglo-saxónicas e por fim as plicas. 

Exemplos:  

  • Tal como disse Lavoisier, «na Natureza, nada se nada se perde, nada se cria, tudo se transforma». 
  • «E. U. A. dizem a Israel que segurança dos jornalistas é “primordial”.» 
  • O artigo «Vamos falar sobre vocativo» foi publicado no blogue Lugar Incomum
  • «O nosso pai diz muitas vezes: “Não de esqueçam de que ‘devagar se vai ao longe’, está bem?”.» 

Deves sempre pensar «será que preciso mesmo disto?» antes de tomar qualquer decisão. 

No entanto, isto nem sempre acontece. Vemos frequentemente as aspas anglo-saxónicas serem usadas em primeiro lugar e não achamos estranho porque os nossos já se habituaram e, por isso, tendemos a achar que assim é a forma correcta, mas é um erro e, por esse motivo, deve ser evitado, principalmente se o texto for literário. 

Ainda assim, há casos em que reconheço que as aspas anglo-saxónicas ficam visualmente mais bonitas, pelo que, em algumas situações, é dado uso prioritário às mesmas. Outro factor que contribui pela preferência deste tipo de aspas é a tecnologia. Nos nossos telemóveis, por exemplo, não há possibilidade de escrita com os aspas angulares, pelo menos no meu. Quando escrevo em papel, este é um dos erros frequentes que mais dou. É muito mais prático escrever com aspas anglo-saxónicas do que com aspas angulares. No entanto, tenho sempre o cuidado de corrigir estes pormenores quando revejo ou dactilografo. 

Itálico

O itálico não é uma forma de pontuação, mas sim uma característica de formatação no texto escrito. Pode ser usado em nomes próprios de obras literárias, jornais, pinturas, estátuas, filmes, discos, entre outros, em nomes próprios de navios, comboios, foguetões, carros, entre outros, na escrita de palavras ou expressões estrangeiras, como forma de destacar algo importante na frase (mas que não tenha sido citado por alguém) e ainda para distinguir os nomes dos animais do das pessoas

Exemplos:  

  • O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, é das minhas trilogias preferidas. 
  • Alfa Pendular chega às 16 horas e 39 minutos.  
  • design do teu livro está muito bonito. 
  • Caracol e o Faial são os cães de Uma Aventura
  • «Esqueci-me de actualizar o meu Curriculum Vitae.» 

Como expliquei, sempre que existe alguma palavra estrangeira no texto, a mesma deve ser posta em itálico. Mas, ainda antes dessa hipótese, devemos avaliar se há possibilidade de se traduzir para português. Por exemplo, «a mousse está muito boa». Neste caso, seria preferível escrever «a musse está muito boa».  

Como vês, o uso de aspas e de itálico tem o seu propósito e sempre que possível deve ser respeitado. Contudo, gostava de fazer a ressalva que, por vezes, estas regras são adaptas à realidade de cada utilizador, seja ele singular ou colectivo. Lembrança de sempre: o importante é, no mesmo texto, as regras definidas como as que prevalecem serem cumpridas do início ao fim. 🤓 

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